Três pesquisadoras brasileiras foram reconhecidas por trabalhos relacionados à nutrição na primeira infância pelo Prêmio Ciência nos Primeiros 1000 Dias. A iniciativa, que está em sua 2ª edição, é organizada pela Danone Early Life Nutrition em parceria com o CREN, a Associação Brasileira de Nutrologia e o Instituto PENSI, do Hospital Sabará.
A premiação aconteceu no dia 24/09 e contou a presença da diretora-clínica do CREN, Maria Paula de Albuquerque, que expôs dados atuais e preocupantes da má-nutrição no Brasil e os avanços do CREN na área.
O período dos primeiros 1000 dias é conhecido por representar uma janela de oportunidades na saúde da criança. Por isso, o Prêmio Ciência nos Primeiros 1000 Dias reconhece anualmente estudos relacionados à nutrição com viagens ao centro global de pesquisa da Danone Early Life Nutrition na Holanda.
Pesquisas premiadas
O modo como as crianças se relacionam com a comida foi tema do trabalho de Danitsa Rodrigues, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Após a pesquisa clínica, foi constatado que crianças que receberam certo tipo de gordura enquanto estavam no útero da mãe, tiveram o perfil de alimentação desenvolvido de forma positiva, já que a impulsividade com relação à comida foi diminuída.
Já o estudo de Tatiane Aparecida Ribeiro, da Universidade Estadual de Maringá, concluiu que o exercício físico pode aumentar a quantidade de insulina no leite materno, o que resulta em crianças com maior tolerância à glicose e pode estar relacionado à prevenção da obesidade.
O material genético das crianças é definido principalmente durante os primeiros 1000 dias de vida. Com seu estudo, Laís Simino, da UNICAMP, comprovou como a alimentação da mãe pode gerar mudanças permanentes na saúde dos filhos, que recebem os nutrientes durante a gravidez e a amamentação.
Os primeiros 1000 dias
Os primeiros 1000 dias compreendem toda a gestação, além do primeiro e segundo anos de vida da criança. É nesse período que o corpo humano mais se desenvolve e recebe os primeiros estímulos do meio-ambiente. Apesar de nascermos com um DNA predeterminado, pesquisas mostram a crescente importância da interação dos nossos genes com o ambiente que estamos expostos (epigenética) para a saúde a longo prazo. Isso significa que, mesmo após o nascimento, com os estímulos corretos, é possível modificar a expressão dos genes e melhorar a saúde do indivíduo por toda a sua vida e também das próximas gerações.