Longevidade e estilo de vida

Artigo de especialista –

Pollyanna Patriota –

Profª de Nutrição – UFTM –

A longevidade (viver muito) é um dos reflexos das condições de vida da população e que está interligada ao estilo de vida (hábitos alimentares, atividade física, manejo do estresse/ ansiedade, vida social, acesso aos serviços de saúde, acesso à educação…).

Mundialmente, temos um novo padrão de expectativa de vida, proporcionado pelas mudanças tecnológicas e pelos conhecimentos científicos que norteiam os cuidados com a saúde e, consequentemente, promovem o bem-estar. Hoje esperamos que as crianças que estão nascendo possam viver até os 120 anos e para o grupo populacional que chegou antes a esta vida, a expectativa de vida é de 100 anos.

Longevidade

Mas como viver mais e com qualidade de vida? Sim, porque de nada adianta vivermos muitos anos, se vamos ficar completamente dependentes do cuidado de terceiros, com sofrimentos físicos e psíquicos. Quando falamos num envelhecimento saudável, nos referimos ao processo normal de envelhecimento, mantendo as capacidades funcionais básicas e, portanto, um envelhecimento ativo.

Envelhecimento ativo significa que o indivíduo deve ter uma menor carga de doenças (obesidade, diabetes, hipertensão, por exemplo). Também deve manter sua capacidade funcional física e cognitiva (locomover-se, administrar seu dinheiro, manter vida social, comunicar-se etc.).

Qualidade de vida

Assim, percebemos que a longevidade saudável não está relacionada ao número de anos que viveremos, mas como viveremos mais e melhor, com menor dependência dos demais para realizar as funções básicas diárias.

Algumas comunidades longevas foram estudadas por cientistas, verificando-se o que estas pessoas faziam de diferente para viver muitos anos. Foram assinalados alguns aspectos que descreveremos a seguir:

Os longevos

Populações que possuem alta taxa de longevidade com qualidade de vida:

– Possuem vida social ativa, visto que essa característica está relacionada à participação do indivíduo na sociedade em que está inserido);

– Consomem poucas calorias (o suficiente para manter o organismo bem funcionante, sem dietas restritivas e sem exageros, nem para mais, nem para menos);

– Alimentação rica em frutas, verduras e legumes;

– São fisicamente ativos, sendo que ser fisicamente ativo significa não ser sedentário, não obrigatoriamente frequentar uma academia ou algo do tipo;

– Possuem uma fé. Buscam desenvolver a espiritualidade;

– Não fumam;

– Não fazem uso abusivo de bebidas alcoólicas.

Quer viver bastante?

Assim, temos aqui uma sugestão de receita básica para que vivamos mais e melhor:

– Ter uma postura ativa perante a vida e a sociedade;

– Não fumar;

– Não abusar do consumo alcoólico;

– Ter hábitos alimentares saudáveis (Escolhas alimentares que respeitem sua cultura, o meio-ambiente, evitando ao máximo os produtos ultraprocessados);

– Ser fisicamente ativo (caminhadas, danças, bicicleta, usar as escadas sempre que possível, cuidar do jardim…);

– Desenvolver uma postura otimista frente à vida e aos problemas do cotidiano (não super valorizar pequenos problemas e ser grato(a) pelas conquistas diárias);

– Investir no desenvolvimento de uma espiritualidade, altruísmo e respeito pelos demais;

– Buscar métodos de manejo do estresse, através de orientação profissional;

– Fazer acompanhamento periódicos com profissionais de saúde (investir na prevenção e não esperar que a doença apareça);

– Ter uma boa qualidade de sono diário.

 

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